sexta-feira, 5 de junho de 2009

Jornalismo suado

O clima em Blumenau esteve agradável na sexta de manhã. Mais uma vez, cortamos a cidade usando dois ônibus; algo em torno de 45 minutos, como nos dias anteriores. O povo daqui é bastante simpático. Na parada de ônibus, antes das oito da manhã, uma jovem mulher já dava bom dia pra dois jovens estudantes que ela nunca tinha visto antes. Até ficamos felizes (será que suados de nervosismo?). Mas, foi só no momento, porque confirmamos a lenda que o povo blumenauense é simpático assim mesmo, sem segundas intenções hehehe
Na FURB, José Marques de Melo falou sobre políticas públicas de comunicação na sociedade digital. O professor afirmou que hoje não basta a universalização do acesso aos meios de comunicação digitais; o que precisa mesmo é inclusão social a partir e através destes. Além disso, destacou a grande relação que há entre comunicação, educação e cultura, dizendo que estas fazem parte das necessidades da sociedade pra “próxima era”. Disse também que a nova geração de jornalistas precisa suar a camisa e ser mais comprometida com os problemas (inclusive cognitivos) da sociedade.
À tarde, mais apresentação de trabalhos. Um dos destaques no grupo de trabalho Jornalismo tratou a "estética da barbárie" dos telejornais brasileiros. Segundo a estudante Karina Aurora Dacol, da UFSM, hoje há uma subrepresentação da pobreza nos telejornais, o que faz com que a comunidade (freqüentemente favelas) seja sempre mostrada como violenta e criminosa. Ainda segundo a estudante, há uma desvalorização do sofrimento desses moradores, pois nem mesmo os nomes dos mortos da favela são dados nas notícias; diferente do que acontece com policiais ou autoridades envolvidas na mesma reportagem.
Mas, o trabalho da Karina não deixou ninguém pra baixo, não. Ao contrário, fez surgir uma grande discussão entre alguns estudantes e deu força pra enfrentar a noite. Mais tarde, a Flávia e a Noele, colegas de jornalismo da UCS, participaram comigo da oficina de escrita criativa, ministrada pela professora Marilde Sievert, da FURB. Ela reforçou algo que sempre é dito pelo professor Paulo Ribeiro, da UCS: “jornalismo não é inspiração”. Paulo vai além, aqui em Caxias, dizendo que “é transpiração”. Pobres jornalistas suados... hahaha

PS: sempre há aqueles jornalistas que, como dizem os gaúchos, “se acham”, né. Pra esses, o professor Marques de Melo disse: “a sociedade digital faz com que o jornalista desça do salto alto, pois exige que o espaço democrático seja aberto e, ainda, que o jornalista ouça a comunidade”. Tá loco, tchê!! Essa serviu pra muitos.

Blumenau, SC. Sábado, 30 de maio.

4 comentários:

  1. Paulo sempre pioneiro nesses assuntos. De fato com a globalização da informação, os jornalistas são obrigados a mostrar que o conteúdo é mais farto.

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  2. "Pobres jornalistas suados... "

    É, comprometimento hoje em dia é uma coisa que faz TODA a diferença.

    Penso que qualquer trabalho bem feito, sem exceção, é formado por 99% de transpiração e 1% de inspiração.

    Bom final de semana!
    Beijo!

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  3. Nossa, ler essas discussões me deixou ainda mais animada, para estar presente no Intercom Nacional.


    Vejo também a necessidade de nossa Universidade e de nossos cursos, abrirem a mente, saírem das salas de aula e propiciarem as discussões que envolvem nosso trabalho.
    Comunicar é muito mais, que Jornalismo, Publicidade e Relações Públicas.

    Gostei da questão que Marquês de Melo trouxe, para os Jornalistas descerem do salto. Acredito que necessite alguém dizer aos Publicitários, que Publicidade e Propaganda não é só glamour e criação, é sim trabalho árduo e nuito conhecimento.

    Adorei!!!
    Beijos

    Continue nos propiciando discussões como essas.

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  4. Ainda não entendo porque existe tanto jornalista que "se acha". Sério, não consigo entender meeeeeeeeeeeeeeeeeeeeesmo qual é a moral disso. Mas... pra conseguir dançar a música que as novas mídias impõem, esse pessoal vai ter que descer do salto.

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