quinta-feira, 26 de março de 2009

A validade do Bolsa-Família

Nesta semana, o Governo Federal divulgou que parte das 450 mil famílias que tiveram pagamentos do programa Bolsa-Família cancelados em janeiro deve voltar a fazer parte do programa. Isso, devido ao aumento do teto de renda per capita, que vai subir de 120 para 137 reais. Confira aqui.
Quem já viu de perto a situação de famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social, sabe bem o quanto é preciso este apoio do Governo pra fazer com que os sujeitos (as crianças e adolescentes, especialmente), tenham uma vida mais digna e saudável. Não se trata apenas de dar dinheiro a pessoas que foram excluídas do desenvolvimento econômico. Mais que isso, o programa representa uma tentativa de tentar incluí-las no convívio social, do qual foram privadas.
Para aqueles que falam mal do Bolsa Família, pergunto qual a contribuição dada pelos militares do Exército Federal pra ganhar bons salários? Ao que parece, o Brasil não precisa investir tanto em uma estrutura que é pouco utilizada, e que, aos olhos de muitas pessoas, não dá nenhuma contribuição ou retorno. Pra mim, o Exército é mais uma forma de distribuição de renda, pois leva o dinheiro pra regiões desfavorecidas economicamente.
É o caso da região sul do Rio Grande, por exemplo. Por lá, há poucas empresas e raras indústrias ou outras formas de empreendimentos econômicos. O Governo Federal consegue, através do Exército, levar dinheiro pra mais cantos do País. Nada contra. Ao contrário, apóio mais esta forma de distribuição de renda.
“Ah, mas o Exército é imprescindível pro caso de termos o Brasil envolvido numa guerra”, diriam alguns. Difícil acreditar que teremos uma. Então, que incentivemos mais o desenvolvimento de uma cultura de paz, ao invés de estarmos nos preparando para a batalha até hoje inexistente.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Uma governadora avessa ao diálogo

Nesta quinta-feira (12), Governo Estadual teve uma vitória significativa na Assembléia Legislativa ao conseguir a aprovação do veto da governadora Yeda Crusius ao projeto que abonava as faltas dos servidores estaduais que estiveram em paralisação no fim de 2008. No entanto, nem tudo é motivo de comemoração e felicidade pra este governo.
A entrega de viaturas pra Brigada Militar, realizada na última terça-feira (10), está sendo encarada por muitos como apenas mais uma manobra política do Governo de Yeda. Para os policiais, as 22 viaturas disponibilizadas pra região da serra não são suficientes pra atender a necessidade de todos os municípios contemplados. Segundo eles, o número deveria ser bem maior.
O fato é que as sete viaturas que ficaram em Caxias serviram apenas pra cobrir a falta que já se tinha, pois há tempos a oficina do batalhão da BM está cheia de veículos, à espera de conserto. Isso foi o que afirmou o vereador Harty Moisés Paese, do PDT, na noite desta mesma quinta-feira “vitoriosa”. Segundo ele, é preciso que Yeda se mostre mais aberta ao diálogo, pois hoje as pessoas não se sentem à vontade de participar democraticamente das discussões que dizem respeito aos problemas do Estado.
Além de Paese, outros três vereadores se mostraram contra a política de hostilidade mostrada pelo governadora. As críticas foram feitas na sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Caxias. A matéria completa tu encontras aqui.
Yeda que se cuide, porque até mesmo partidos da sua base aliada estão reconhecendo que seu mandato é impopular e antidemocrático. E esse “jeito de governar” (novo ou não) geralmente não leva a lugar nenhum. Pelo menos nenhum lugar que seja bom o bastante pra fazer esquecer esse mau tempo vivido pela população gaúcha.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Um pneu furado e um socorro falho



O retorno da capital do Pará quase 100% tranqüilo. Saímos de Belém às quatro da manhã de segunda-feira. Conforme o previsto, o grupo dormiu praticamente direto da manhã à noite, resultado do intenso envolvimento em todos os dias de atividades. Já na terça, tivemos condições de conversar melhor sobre a semana que tínhamos acabado de viver e, ainda, rascunhar as primeiras avaliações sobre as experiências.
A idéia principal do grupo era aproveitar o espaço do Fórum pra tecer novas argumentações e coletar idéias práticas pra aplicação no dia-a-dia, em suas atividades. Parece que alguns atingiram suas metas e voltaram felizes pra casa. Outros, no entanto, trouxeram o sentimento de que mais coisas poderiam ter sido discutidas. Ao fazer um balanço geral do FSM, dá pra perceber a satisfação dos participantes em fazer parte dessa história de envolvimento e construção coletiva.
Ah, eu disse “retorno quase 100% tranqüilo”, né? Pois é, em São Paulo furou um pneu do ônibus. Vinte quilômetros atrás havíamos passado pela praça do pedágio. O socorro da concessionária que controla a rodovia foi chamado, porque os guris (dois motoristas, mais o Zeca e o Milton) não conseguiam soltar um dos parafusos do pneu. Uma hora e meia depois, tivemos que chamar um borracheiro por conta própria, porque o socorro não apareceu. Sacanagem! Ainda há aqueles que apóiam o pedágio...
Da viagem, fica o sentimento de gratidão por todos os momentos, e a responsabilidade de fazer mais e melhor a cada dia. O pneu furado não foi nada, nem desanimou a turma que levou três dias e meio pra ir de Belém à Santa Maria.

Aqui tem informações sobre o Fórum Popular Contra o Pedágio, que é uma "organização civil de defesa do sistema público de transporte, dedicada em especial ao livre direito constitucional de ir e vir", segundo o blogue. Tem ainda uma música bem diferente pra criticar a privatização das nossas estradas.

Fórum Social Mundial 2009

Fórum Mundial Mídia Livre